segunda-feira, 9 de outubro de 2017

Calor segue intenso ao longo da semana e agrava a crise hídrica


As chuvas do fim de setembro e início de outubro não aliviaram o calor nem afetaram o nível dos reservatórios do Distrito Federal. Mais que isso, o Instituto Nacional de Meteorologia decretou estado de alerta. A previsão é de temperaturas na casa dos 33°C e umidade a 15% nas horas mais quentes do dia até o fim desta semana. O alívio só virá depois do dia 18, mas as precipitações do mês devem ficar abaixo da média.


Tal quadro mantém a preocupação com o nível dos reservatórios de água que abastecem as torneiras do Distrito Federal. O mais importante deles, a Barragem do Descoberto, fechou esta segunda-feira (9/10) a 14,3% do volume útil e, até o fim do mês, deve chegar a 9%. 

O meteorologista do Inmet Mamedes Luiz Melo ressalta que, no domingo, termômetros da capital registraram a temperatura mais alta do ano. A estação do órgão registrou 32,3°C. No Gama, porém, a marca foi de 33,6°C, a mais alta de 2017. “A expectativa é continuar com sol e poucas nuvens. Só devemos ter chuva na segunda quinzena, mas estamos monitorando e atualizando as informações. O mês de outubro é o início da estação chuvosa, e as precipitações são sempre irregulares. O normal para o período é chuva média com veranico. É o mês mais propício a ondas de calor”, explica. O recorde de temperatura registrado no DF foi de 36,4°C, em outubro de 2015.

Racionamento continua 


Sobre a possibilidade de as chuvas se manterem dentro do esperado até o fim de 2017, Mamedes afirma que é cedo para saber. O nível do Descoberto vem batendo recordes negativos. Se o atual ritmo fosse mantido de forma linear — algo muito imporvável de acontecer —, o reservatório secaria completamente em 51 dias.

O presidente da Companhia de Saneamento Ambiental (Caesb), Maurício Ludovice, destaca que as obras de interligação das barragens de Santa Maria e do Descoberto e a infraestrutura de captação de água do Paranoá, que já está ativa, e a do Bananal, que está em processo de obras, ajudam a aliviar o sistema.

Ainda assim, será preciso economizar muito e contar com a chuva para que o Descoberto volte a subir e inicie o período de seca de 2018 acima dos 56%. "A chuva é fundamental. Também precisamos do apoio da população. Temos um plano de contingência e não está fora de questão endurecer o sistema de rodízio", alertou.

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