segunda-feira, 19 de setembro de 2016

Adasa e Caesb Fazem Alerta a População só tem Aguá para 73 dias no DF



A Agência Reguladora de Águas, Energia e Saneamento (Adasa) estuda cobrar uma tarifa adicional nas contas de água devido à redução do nível dos dois reservatórios responsáveis por abastecer 85% da população do Distrito Federal. Portaria da Adasa em vigor permite que, neste estágio, o governo crie uma "tarifa de contingência" para forçar a redução do consumo.
Segundo a agência, o DF entrou em "situação crítica" nesta sexta-feira (16) depois de atingir o pior nível dos últimos 30 anos nos reservatórios do Descoberto e de Santa Maria, que estão com o volume abaixo de 40% da capacidade.
O nível de 40% significa que, se não chover, o DF tem água potável suficiente apenas para os próximos 73 dias. A tarifa de contingência não está prevista na resolução publicada nesta sexta, mas está em estudo pelos técnicos da Adasa. O diretor-presidente da agência, Paulo Salles, afirmou que ainda não há um prazo para que essa decisão seja tomada.
"A partir de agora, podemos adotar [a tarifa], mas não há definição ainda. Depende da chuva, do comportamento da população. Quanto mais economizar, mais distante fica essa tarifa. Nós e a Caesb [companhia de abastecimento] estamos em estudos, para que seja um mecanismo justo e efetivo para contribuir para a redução", declarou.


quinta-feira, 8 de setembro de 2016

20 Anos de Corrupção afirma Luiz Estevão


As conversas entre Luiz Estevão e a deputada distrital Liliane Roriz (PTB) revelam segredos de mais de duas décadas de atuação do senador cassado no submundo da política de Brasília. No áudio, entregue ao Ministério Público Federal, há menções à captação de recursos com empresários envolvidos em CPI, dinheiro transportado em malas, e remessas ilegais para contas no exterior. Sem saber que estava sendo gravado, o empresário, atualmente preso na Papuda, faz revelações sobre negociatas com o ex-governador Joaquim Roriz e licitações fraudadas a fim de beneficiar empresas de seu grupo.

Além de confessar que tinha conhecimento da origem ilícita dos recursos captados por Gim Argello com empreiteiras investigadas pela Comissão Parlamentar de Inquérito da Petrobras, Luiz Estevão abre o jogo sobre outros esquemas. O empresário dá a entender à distrital Liliane Roriz que ajudou o pai da parlamentar a receber e distribuir recursos ilegais. Estevão conta bastidores da CPI do Orçamento, em 1993.

Descrição: Luiz Cruvinel/Divulgação

Descrição: Luis Tajes/CB/D.A Press - 17/12/91Na década de 1990, a relação de Luiz Estevão com Roriz e a política no Distrito Federal era estreita: participação no orçamento e no metrô



“O cara que pagava as coisas, era um cara da Camargo Corrêa chamado Galo. O Galo que levava a mala de dinheiro para o seu pai. Aí, seu pai me chama e diz: ‘O Galo não vai mais poder trazer o dinheiro porque está com medo da Polícia Federal fazer uma batida. Eu precisava que você começasse a receber esse dinheiro e distribuísse esse dinheiro pra mim’. Eu falei ‘tá bom’. Aí, resolvemos problema de conta fora do Brasil”, revelou Luiz Estevão.

O senador cassado também conta para Liliane uma coincidência que o ligou novamente ao escândalo do orçamento. Pouco antes de conquistar o direito de cumprir pena no regime aberto, Estevão passou uma temporada na Papuda. Ficou na mesma cela de José Carlos Alves dos Santos, delator do esquema da década de 1990, também condenado pela morte da mulher, Ana Elizabeth Lofrano. “Sabe aquele cara que matou a mulher e enterrou? Nos últimos 15 dias, eu fiquei preso junto com ele, e ele ficou lembrando das histórias da CPI do Orçamento”, explicou o ex-senador. “Ele era um dos caras implicados na CPI. Se apaixonou por outra, a mulher descobriu e ameaçou contar tudo. Ele levou para um restaurante, mandou abrir uma garrafa de champanhe, para os garçons verem o tanto que ele era carinhoso, saiu de lá, simulou um sequestro, e ajudou os caras a matarem”, relembrou Luiz Estevão.

Conchavo
A CPI investigou, entre 1993 e 1994, o esquema conhecido como Anões do Orçamento. No arranjo, políticos criavam emendas e destinavam parte dos valores a contas bancárias de empresas e entidades sociais fantasmas. O conchavo contemplava ainda acertos com empreiteiras, que pagavam propina para participar da execução de grandes obras públicas. O escândalo surgiu após a delação de José Carlos Alves dos Santos. Entre as autoridades citadas, estava Joaquim Roriz, cujo nome apareceu em um emaranhado de denúncias envolvendo contas fantasmas, testas de ferro, laranjas, obras superfaturadas, verbas suspeitas, acertos com construtoras e compra de apoio do Legislativo local.

20 anos de Corrupção no GDF afirma Luiz Estevão a Liliane Roriz


Em depoimento, José Carlos afirmou que o ex-governador teria comparecido à casa de João Alves, idealizador do esquema, acompanhado por alguns deputados, a fim de realizar acertos no orçamento da União. Roriz teve os sigilos bancário e fiscal quebrados. A investigação resultou na descoberta de dois depósitos suspeitos nas contas do político. À época, Joaquim Roriz declarou que o repasse de U$S 1,6 milhão era fruto de atividades empresariais e os U$S 150 mil decorriam da venda de 500 cabeças de gado. Outro ponto marcante das investigações concentrou-se na descoberta do depósito de valores para sete deputados distritais entre 1989 e 1992. De acordo com Roriz, as transações consistiam em empréstimos pessoais. Os repasses de U$S 7,6 mil foram realizados pelo então capataz de uma das fazendas do ex-governador, Valdivino Pinheiro. Como justificativa, o ex-político alegou que o homem tinha dinheiro em conta para administrar os negócios rurais.

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