terça-feira, 31 de julho de 2018

PM DF tem frota milionária parada no Buritinga desde Abril

Compradas ao custo unitário de R$ 124,3 mil, dezenas de viaturas modelo ASX da Mitsubishi, pertencentes à Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF), estão sem uso. Fotos tiradas do estacionamento do Centro de Treinamento da corporação, localizado no antigo Buritinga, em Taguatinga, mostram os veículos parados no local e cobertos de poeira.
Os carros, comprados em agosto de 2017, foram entregues em abril desse ano: 315 veículos novos, totalizando investimento de R$ 39,1 milhões.
As imagens foram feitas durante dois dias – na última sexta-feira (27) e no sábado (28) – e encaminhadas ao Metrópoles nesse domingo (29). Os carros “esquecidos” no Buritinga estão emplacados e ocupam uma grande área no pátio do Centro de Treinamento da PMDF
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Segundo a reportagem apurou, as viaturas seriam destinadas a profissionais do Batalhão de Operações Especiais (Bope), Patrulhamento Tático Móvel (Patamo) e da Rondas Ostensivas Táticas Metropolitanas (Rotam), entre outros.

O Cartel dos Combustíveis do DF Foi revelado com Delação

O dono da Rede Cascol, Antônio Matias, fechou acordo de delação premiada com o Ministério Público do Distrito Federal e, em troca de benefícios, entregou detalhes do funcionamento do cartel de combustíveis.  Com a colaboração do réu, o MP, a Polícia Federal e o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) ampliaram o rol de empresários, distribuidoras e redes de postos investigados.

Em uma série de depoimentos prestados a partir de 2017, Antônio Matias revelou que as primeiras reuniões de combinação de preço começaram em 2011 e, inicialmente, eram realizadas no Sindicato dos Revendedores de Combustíveis. A partir desses encontros, os preços eram fixados e se disseminavam no mercado. “Funcionários da rede faziam o monitoramento e identificavam revendedores dissidentes”, explica a promotora Áurea Regina.

Com os depoimentos, Antônio Matias e mais dois funcionários da Rede Cascol conseguiram uma redução de pena. Eles foram denunciados por organização criminosa, que tem pena mínima de três anos, e por crimes contra a ordem econômica, cuja pena mínima é de dois anos. Segundo o MP, a partir das negociações, Antônio Matias teve uma pena pré-fixada nas negociações de dois anos, que está sendo cumprida em regime semiaberto, com progressão em breve para o regime aberto.

Na delação premiada, Antônio Matias afirmou ao MP e à polícia que postos de bandeira branca também teriam participado do esquema de combinação de preços. “Os postos bandeira branca, como os do Jarjour, do Alemão Canhedo e do Marco Crioulo, também participavam da combinação de preços do cartel, mesmo adquirindo combustível por um preço mais baixo. Como parte da combinação de preços, esses postos praticavam preço de bomba com a diferença de R$ 0,02 para baixo, em relação aos postos bandeirados”, afirmou Matias.

Delação Antônio Matias

O blog procurou os advogados Alexandre José Garcia e Giovanna Bakaj, que representam o dono da Rede Cascol e acompanharam os depoimentos, mas ainda não obteve retorno. Em nota, a Rede Cascol afirmou que “em abril do ano passado, assinou um acordo com o CADE e MP, que vem sendo rigorosamente cumprido, reiterando o seu compromisso de respeito à livre concorrência, de renovação das suas práticas empresariais e de implementação de rigorosas políticas de compliance”.

Dono da Rede Jarjour, o empresário Abadallah Jarjour, que foi denunciado pelo MP, nega qualquer participação no esquema de cartel. Ele disse que foi pego de surpresa com a denúncia e com o bloqueio de bens imposto a pedido do MP. “Fui o primeiro a brigar com o cartel. Hoje, eu coloco o preço baixo e os outros acompanham. Por isso sou culpado? Por ter sido citado por uma pessoa que está andando de tornozeleira por aí e que não tem nenhuma credibilidade?”, questiona. “Nunca participei de sindicato, de associação, não converso com nenhum dono de posto. Coloco o preço a partir do sentimento de que não vou perder dinheiro. Estou tranquilo porque nunca participei de combinação nenhuma”, acrescentou.

A defesa do empresário Ulisses Canhedo, também mencionado por Antônio Matias, ainda avalia o conteúdo da denúncia. O advogado de Canhedo, Fabrício de Aquino, disse que só teve acesso ao material hoje e ainda não concluiu a análise.




terça-feira, 24 de julho de 2018

Jofran Frejat Não é mais Pré-Candidato ao Buriti

Líder em pesquisas de intenção de voto, o ex-secretário de Saúde Jofran Frejat (PR) reiterou a retirada da pré-candidatura ao GDF, na manhã desta terça-feira (24/07), em reunião com o dirigente nacional do partido, Valdemar Costa Neto. Ao confirmar o posicionamento em primeira mão ao Correio, o médico afirmou que a decisão deve-se às dificuldades de composição, além de apelos de familiares.

Frejat lembrou que, inicialmente, tentou unir diversos grupos políticos do DF numa só chapa. Mas criticou o fato de, com o tempo, aparecerem diversas frentes distintas. “No momento em que disse que iria desistir, as vias começaram a querer se aproximar. Mas aí era tarde, porque você perde a confiança”, disse.

O ex-deputado federal havia paralisado a agenda de pré-campanha no último dia 13, quando reclamou das pressões que sofria dentro do grupo, formado por PR, MDB, PP, DEM, PHS e Avante. Também disse que, mesmo sem o consentimento dele, até cargos de um eventual governo estavam sendo loteados por terceiros. As imposições na formação da chapa também incomodaram. Em meio a todas as dificuldades, Frejat disse que não venderia a alma ao diabo. Mas não citou nomes. Quatro dias depois, o ex-secretário de Saúde anunciou a saída da corrida eleitoral.

Para tê-lo de volta na disputa eleitoral, o PR garantiu carta branca. Correligionários, aliados e simpatizantes pediram que o médico repensasse a ideia. Ele o fez. Mas decidiu manter a decisão inicial. “Embora eu esteja muito bem nas pesquisas, acho que não é o momento de eu disputar essas eleições”, frisou.

segunda-feira, 16 de julho de 2018

Se Frejat desistir, Rosso será candidato e promete reajustes no primeiro mês

Em entrevista ao programa CB.Poder, o deputado Rogério Rosso (PSD/DF) anuncia que será candidato a governador se Jofran Frejat (PR) desistir da disputa. Ele pretende trabalhar para unir o grupo de oposição ao governador Rodrigo Rollemberg (PSB).
Rosso antecipa um tema que deverá causar polêmica na campanha. Ao ser perguntado se pagará o reajuste salarial de 32 categorias de servidores públicos, suspensa por Rollemberg, e a paridade dos contracheques da Polícia Civil com os da Polícia Federal, Rosso afirmou: “Pagarei no primeiro mês”.
Rosso disse que não faltam recursos no orçamento do Distrito Federal. Rollemberg sempre disse que pagar os reajustes seria impossível sem comprometer o orçamento anual, sem atrasos de salários e sem ultrapassar os limites de gastos com pessoal impostos pela Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF).
Veja a íntegra da entrevista com Rosso na página do Correio Braziliense no Facebook.

sexta-feira, 13 de julho de 2018

DJ e psicólogo Júnior Killa morre aos 39 anos

Morreu na madrugada desta sexta-feira (13/7), o produtor, psicólogo e DJ Marcelo Machado Ramos Junior, mais conhecido no meio artístico como DJ Junior Killa. Segundo informações apuradas com fontes próximas do DJ, ele morreu após um infarto fulminante. O velório será neste sábado (14/7), às 12h, na capela 5 do Cemitério de Taguatinga.

Ativo na cena musical do DF, Killa conseguia como poucos conciliar a carreira artística nas noites com a vida de psicólogo. Com estúdio próprio, ele produziu 18 álbuns e trabalhou com nomes importantes do rap brasiliense como os amigos de longa data DJ Ocimar, Viela 17, DJ Jamaika e Chicco Aquino. "Ele teve e tem uma relevância muito grande na black music do DF. É uma perda enorme para nós amigos, mas também para a cena dos DJs e do hip-hop da capital", diz Aquino em entrevista ao Correio. "Em primeiro lugar, ele com certeza foi um dos melhores DJs de Brasília, e como ser humano também, ele foi um cara incrível que sempre ajudou a modificar a cena e também ajudava muitas pessoas", comenta também o DJ e produtor Hugo Drop.

Outro grande legado do DJ para a capital foram os diversos trabalhos sociais que praticou. Entre os trabalhos que fazia como psicólogo, por exemplo, Marcelo conseguiu unir a psicologia à música ao promover oficinas de hip-hop em presídios do DF e por meio disso tentar afastar os detentos da criminalidade. "Foi inacreditável descobrir que ele morreu. Ele era aquele tipo de cara que ninguém tinha raiva e carregava a alegria por onde passava", afirma DJ Viela 17.

Confira abaixo homenagens feitas nas redes sociais



 

 

 

*Estagiária sob supervisão de Adriana Izel 

quarta-feira, 11 de julho de 2018

Vasco x Corinthians no Mané Garrincha dia 29 07 2018 domingo.

Mudança na tabela do Brasileirão 2018. A Diretoria de Competições da CBF informa, nesta quarta-feira (11), que o confronto entre Vasco e Corinthians, válido pela 16ª rodada da competição, foi transferido para o dia 29 de julho, às 11h (de Brasília), no Estádio Mané Garrincha, em Brasília (DF). As alterações ocorreram por solicitação do clube carioca. Confira os detalhes abaixo e mais informações no documento em anexo:
Vasco da Gama-RJ x Corinthians-SP
De: 28/07, sábado, às 19h, do Estádio de São Januário, no Rio de
Janeiro/RJ
Para: 29/07, domingo, às 11h, no Estádio Mané Garrincha, em
Brasília/DF

ANEXOS

segunda-feira, 9 de julho de 2018

Debate dos Pré-Candidata ao Buriti

Durante três horas, sete pré-candidatos ao Governo do Distrito Federal apresentaram à população suas ideias. Promovido pelo Metrópoles, o encontro ocorreu nesta segunda-feira (9/7), no auditório ParlaMundi, da LBV (Asa Sul).
O debate foi a primeira oportunidade de os pré-candidatos a governador apresentarem seus projetos para os brasilienses, que irão às urnas em outubro. Alexandre Guerra (Partido Novo), Eliana Pedrosa (Pros), Fátima Sousa (PSol), Izalci Lucas (PSDB), Jofran Frejat (PR), Paulo Chagas (PRP) e Rodrigo Rollemberg (PSB) participaram da discussão.
Os pré-candidatos responderam perguntas dos jornalistas, da população e da Federação das Indústrias do Distrito Federal (Fibra).
Veja com

Homem é preso com drogas e R$ 5 mil em dinheiro em Samambaia

A Polícia Militar prendeu um homem acusado de tráfico de drogas, na noite deste sábado (7/8), em Samambaia. De acordo com a corporação, ele foi flagrado mais de 5 kg de entorpecentes, entre maconha e cocaína, e quase R$ 5,2 mil em espécie.

Os policiais chegaram ao homem depois que ele passou com um veículo em alta velocidade próximo a uma viatura do Grupo Tático Operacional, na Quadra 511 da cidade. Assim que abordaram o acusado, os militares encontraram no interior do carro 2 kg de maconha e R$ 1,7 mil em espécie.

A Polícia localizou o restante das drogas e do dinheiro na casa do homem. Lá, ele guardava 3 kg de maconha e 1 kg de cocaína, e uma quantia de cerca de R$ 3,4 mil. Além disso, o acusado tinha munições calibre .38 e um celular que havia sido roubado. 

Após a prisão, o homem foi encaminhado para a 26ª Delegacia de Polícia (Samambaia), junto com todos os materiais recolhidos pela P

domingo, 8 de julho de 2018

Galt Vestibulares: de Samambaia para os EUA, disseminando educação Pela primeira vez, um projeto da capital federal foi selecionado em programa de liderança juvenil do governo dos EUA voltado para 36 países da América Latina e do Caribe. Ex-aluno da rede pública, Rubenilson Cerqueira (foto), idealizador do cursinho gratuito para alunos de baixa renda pretende usar a oportunidade para encontrar meios de expandir a iniciativa, que atende 480 alunos por ano em Brasília, para o restante do país

Pela primeira vez, um projeto da capital federal foi selecionado em programa de liderança juvenil do governo dos EUA voltado para 36 países da América Latina e do Caribe. Ex-aluno da rede pública, Rubenilson Cerqueira (foto), idealizador do Galt Vestibulares, cursinho gratuito para alunos de baixa renda, pretende usar a oportunidade para encontrar meios de expandir a iniciativa, que atende 480 alunos por ano em Brasília, para o restante do país

Se Rubenilson Cerqueira, 28 anos, tem uma certeza na vida é de que a educação é plataforma de transformação de realidades e futuros. Idealizador do Galt Vestibulares, cursinho gratuito para seleções de acesso ao ensino superior direcionado a estudantes de baixa renda do DF, ele tem conseguido frutos muito positivos. A iniciativa começou há três anos e, hoje, reúne 110 voluntários (entre professores, psicólogos, administradores e diretores), atendendo a 480 alunos por ano na capital federal. Há três anos, o doutorando em estudos comparativos em educação pela Universidade de Brasília (UnB) dedica a maior parte do tempo ao cursinho. O esforço tem valido a pena: dos 240 alunos semestrais do Galt, 60% são aprovados em processos seletivos da UnB e de outras instituições de ensino superior. Rubenilson fez do empreendedorismo social resposta para as defasagens da educação básica pública, enfrentadas especialmente por quem vive em situação de vulnerabilidade  — dentro e fora do DF.

Há jovens do Entorno, da Bahia e de Minas Gerais que vieram morar na capital federal para estudar no cursinho e, hoje, compõem o quadro de alunos de cursos como medicina e engenharia de universidades federais. Agora, o trabalho também será conhecido internacionalmente: Rubenilson é o único representante de Brasília, selecionado entre candidatos do Brasil e de outros 35 países da América Latina e do Caribe, na edição de 2018 do Jovens Líderes das Américas (Young Leaders of the Americas Initiative, Ylai, em inglês), programa do governo norte-americano de capacitação em empreendedorismo. Ele, que é professor de geopolítica no Galt, foi semifinalista da seleção nas edições de 2016 e 2017 e não poderia estar mais satisfeito por ter conseguido a vaga em 2018. Em três edições, o Ylai contemplou 62 brasileiros. Esta é a primeira vez que alguém da capital federal se classifica na seleção. “Representar o DF em um programa internacional é uma honra, já que tem muita gente boa e capacitada participando”, comemora.

“A cultura do concurso público é muito forte em Brasília, então, conseguir um reconhecimento por causa do empreendedorismo social é uma quebra de paradigmas”, diz. Também é uma recompensa pessoal. “É uma realização para mim porque fui aluno de escola pública, em Samambaia, e sinto que estou representando todos os estudantes do ensino público que não tiveram recursos nem educação de qualidade. Quero mostrar que todos são capazes de alcançar seus sonhos, independentemente de história de vida, região onde moram ou condição financeira”, declara ele, filho de um pintor de automóveis e de uma auxiliar de serviços gerais. 

Graduado em relações internacionais pelo Centro Universitário do Distrito Federal (UDF) e mestre em desenvolvimento, sociedade e cooperação internacional pela UnB, Rubenilson concluiu a educação básica no Centro de Ensino Médio (CEM) 304 de Samambaia Sul. O idealizador do Galt embarca em setembro para os EUA para viver uma jornada de ensino, trabalho e possibilidades de conseguir investimento. Serão 45 dias em solo norte-americano, participando de palestras, tutorias e colaborações para aprimorar os projetos e trocar experiências.

As expectativas de Rubenilson para a viagem são as melhores possíveis. “Não vamos só estudar, vamos ter um tutor que nos ajudará a mostrar o projeto para outras pessoas, não só para conseguir investimento, mas também para promover novas práticas, tornar o projeto mais escalável e replicável”, pontua. Uma competição fechará o programa, e o vencedor ganhará investimento no modelo de negócio.

Plano de expansão
Para expandir a abrangência geográfica do cursinho, a ideia de Rubenilson é utilizar a via digital. “Queremos nos tornar referência em cursinho popular e replicar o formato em outros lugares do país. Esse é o carro-chefe da nossa ida aos EUA”, revela. Durante o programa, o empreendedor social espera conhecer boas práticas nesse sentido. O Galt já serviu de inspiração para criação de outros cursinhos populares, como o INY Vestibulares, em Mato Grosso do Sul. “Estamos disseminando conhecimento no país”, destaca. Rubenilson também tem planos fora do mundo digital: captar recursos para investir no aluguel de uma sede própria do Galt no DF. “Nosso espaço atual é fruto de parceria com a Secretaria de Educação e o UDF, que cede salas para nós. Somos muito gratos pelo espaço, mas sabemos que temos de nos limitar às regras das instituições em que estamos. O desejo agora é de ter uma sede para ampliar o espaço e o número de pessoas que alcançamos”, pontua.

Saiba mais
Acompanhe o site ylai.state.gov para saber das próximas edições da seleção
Outros cursinhos comunitários no DF
Vestibular Cidadão: www.vestibularcidadao.com
Jovem de Expressão: jovemdeexpressao.com.br
Rede Empancipa: redeemancipa.org.br
Bora Vencer: www.crianca.df.gov.br

Participe
Quer estudar?
As inscrições para a primeira etapa do cursinho preparatório Galt estão abertas pelo site galtvestibulares.com.br até 17 de julho. Taxa: R$ 10. Quem pode participar: aluno ou ex-aluno de escola pública ou particular com bolsa integral.

Quer ser voluntário?
O cursinho recruta alunos de graduação ou graduados na área em que deseja atuar, que devem passar por um processo seletivo aberto de acordo com a demanda. Os voluntários não são remunerados. Acompanhe pelo site galtvestibulares.com.br.

Histórico
Empreender, mas socialmente

Arquivo pessoal


Em dezembro de 2014, Rubenilson teve a ideia de criar um cursinho comunitário e chamou três amigos — Priscilla Dalledonne, Victor Esteves e Rodrigo Proença — para ajudar. O grupo decidiu criar um preparatório popular baseado em voluntariado. Na época, Rubenilson participou do Brasília sem Fronteiras, programa do Governo de Brasília, que lhe deu a chance de viajar aos EUA. Lá, aprendeu sobre empreendedorismo social e gestão de voluntariado. A primeira turma do Galt começou a ter aulas em fevereiro de 2015. “O diretor do Centro Educacional Gisno cedeu uma sala de aula. Começamos no turno noturno, com 35 alunos, e tivemos um índice de aprovação muito alto”, conta Rubenilson. Na segunda turma, no fim de 2015, dos 80 alunos, 60% foram aprovados. “Foi nessa leva que tivemos o primeiro aprovado de medicina.”

Os estudantes não pagam nada, a não ser uma taxa simbólica de R$ 10 para impressão e aplicação das provas da primeira etapa de seleção. “A prova aborda conhecimentos do ensino médio. Aqueles que se saírem bem no exame serão entrevistados”, descreve Rubenilson. Atualmente, as aulas ocorrem em salas cedidas no UDF e no Centro de Aperfeiçoamento dos Profissionais da Educação (Eape), da Secretaria de Educação. O Galt disponibiliza ainda reforço no contraturno escolar, atendimento psicológico, orientação profissional, educacional e de saúde mental, além de aulas de desenho técnico para aqueles que querem ingressar em graduações que exigem prova de habilidades específicas, como artes e arquitetura. 

Experiências diferenciadas
Pessoas de diversos perfis passaram pelo Galt

Minervino Junior/CB/D.A Press


De aluna a voluntária
Eduarda Braga, 20, é exemplo de que a visão do Galt fica marcada nos participantes. A estudante do 5º semestre da licenciatura em ciências biológicas da UnB conheceu o preparatório em 2015. Eduarda participou da segunda turma do Galt e, no primeiro semestre de 2016, se tornou universitária. “O cursinho me ajudou não apenas academicamente. O projeto me apoiou emocionalmente, na parte da autoconfiança”, diz. “A experiência me mostrou que, apesar da defasagem do ensino público e dos problemas sociais ao meu redor, eu podia alcançar meu desejo, que, na época, era a UnB. A certeza de que sou capaz é algo que o Galt instalou em mim e continua até hoje”, afirma. A gratidão da estudante é materializada no trabalho voluntário: atualmente, Eduarda é monitora de biologia no Galt. “Aqui, temos ligação diferente com os alunos, e essa foi uma ótima forma de começar minha vida profissional”, aponta. “Cada vitória do Galt é uma vitória minha, ver o projeto crescer é gratificante. No meu semestre, eram duas turmas de 40 alunos. Atualmente, são duas turmas à tarde, duas à noite e uma pela manhã. Esse processo de expansão não é sobre ganhar dinheiro (até porque não ganhamos), é com o objetivo de alcançar o maior número de alunos para continuar espalhando o conhecimento”, explica.

Arquivo Pessoal


Fruto do apadrinhamento
Camila Cruz, 21, morava em Ceilândia, tinha estudado em três preparatórios com bolsa quando conheceu o Galt, em 2016, e viu nele a possibilidade de conquistar uma vaga no ensino superior público. Além do atendimento psicológico e da orientação profissional, o apadrinhamento foi a principal ferramenta responsável pela aprovação no curso de ciências sociais na Universidade Federal de Goiás (UFG), seis meses depois de ter começado a estudar no Galt. A instituição tem tutoria e cada aluno deve escolher um voluntário como “padrinho”, alguém para acompanhá-lo de perto. “Escolhi a Bianca Guimarães, que era estudante de história. Ela pediu meus horários, a hora em que eu chegava e saía da escola, quando descansava, e fez uma planilha com todas essas atividades conciliadas com o estudo”, relata. “Aí eu me senti muito segura, vi que dava tempo de fazer tudo. Isso me ajudou muito”, descreve. A brasiliense estuda no câmpus Catalão da UFG e afirma que o cursinho a inspirou a lutar por ações que igualem as oportunidades para todos, por isso, integra um coletivo negro (foto) e um projeto de extensão que luta por ações afirmativas.

Minervino Junior/CB/D.A Press


Além da universidade
David Nunes, 20, foi o primeiro aluno do Galt a ingressar num curso de medicina. Atualmente cursando o quinto semestre da graduação na UnB, ele estava no 2º ano do ensino médio quando foi selecionado para uma viagem do programa Brasília sem Fronteiras, nos Estados Unidos. “Lá, fiz contatos com professores americanos e, no fim de 2014, uma professora de lá me contatou e me falou sobre o Galt”, relembra. “O que me chamou a atenção foi o ambiente familiar do cursinho. Todo mundo sai se sentindo parte da família”, pontua, ele que é afilhado de Rubenilson no projeto. O acompanhamento psicológico também foi importante. “Eu estudava pela manhã no CEM Setor Leste; à tarde, ia para aulas de francês no Centro Interescolar de Línguas (CIL); à noite, frequentava o Galt, para depois voltar para casa, no Riacho Fundo I”, relata. “Foi um ano incrível e horrível ao mesmo tempo, parecia que não ia passar e o atendimento psicológico me ajudou”, destaca. “Ser o primeiro do Galt a ingressar em medicina é uma forma de mostrar à comunidade que é possível passar num curso desses mesmo vindo de escola pública e tendo condições financeiras desfavoráveis”, diz. Hoje, David tem planos de retribuir ao Galt o que recebeu. “Já fui voluntário na parte de RH e tenho intenção de voltar como professor.”

Arquivo Pessoal


Referência para família
Piauiense de 21 anos, Bárbara Ataíde deixou o Piauí em 2010 com a mãe e os irmãos para buscar uma vida melhor. Na época, a jovem veio cursar o 8º ano do ensino fundamental em São Sebastião e, após concluir o ensino médio, a mãe deu o ultimato: ou ela ingressava no ensino superior ou começaria a trabalhar. “Eu não podia pagar cursinho, mas o ensino superior era meu sonho. Eu estava nervosa porque era do meu futuro que estávamos falando, então, vi um anúncio do Galt no Facebook e era tudo o que eu precisava”, recorda. Bárbara estudou por dois semestres no Galt, até passar em engenharia de controle e automação na Universidade Federal de Uberlândia (UFU) pelo Enem.
“Os professores nos dão atenção e a troca que temos com eles é incrível, nos identificamos, a história deles é parecida com a nossa. Não é um contato frio de um cursinho normal. O voluntariado deles também é inspirador”, conta. Há dois semestres morando em Minas Gerais, Bárbara quer deixar uma marca e inspirar os caçulas. “Estar no ensino superior é um exemplo para meus dois irmãos. Passar na federal é incentivá-los a irem para a faculdade e trabalharem por um futuro melhor”, conclui.

Marcelo Spatafora/Divulgação


Palavra de especialista
Um caminho solidário possível
“Empreender socialmente é algo novo no país e até no mundo. Há vários desafios para quem quer empreender socialmente: é muito burocrático e, no começo, é difícil conseguir investidores, já que a cultura desse tipo de negócio não é tão forte no Brasil. Quem quer seguir no ramo precisa conhecer bem seu campo de atuação e pode procurar ajuda de aceleradoras, incubadoras, programas de mentoria e capacitação oferecidos por instituições como Porto Social, CIVI-CO e a VV Education — da qual sou cofundadora. O Brasil é uma mina de ouro para empreendedorismo social. Há vários problemas urgentes para solucionar, em áreas como educação, saneamento básico e pobreza. Muita gente quer empreender e ter o próprio negócio, e a nossa intenção é mostrar que é possível desenvolver uma empresa com foco em uma causa, algo que impacte as pessoas no Brasil, em nível estadual, nacional e até global.”

Mariana Serra, cocriadora da Volunteer Vacations (VV), primeira agência especializada em férias voluntárias do país, e da VV Education, programa de mentoria. Ela apareceu na lista dos 30 jovens mais promissores do Brasil antes dos 30 anos da revista Forbes em 2016 por causa da atuação como empreendedora social

Três perguntas para

Marcio Zeppelini, presidente da Rede Filantropia, empreendedor social e palestrante sobre captação de recursos e sustentabilidade, acumula 20 de anos de experiência em terceiro setor

O que diferencia um empreendimento social?

O empreendimento social tem foco em atender alguma causa, seja diretamente, com criação de empresas destinadas a se envolver no tema proposta, seja indiretamente, por exemplo, uma empresa que reverta parte dos lucros para isso. Esses empreendimentos são conhecidos como “empresas dois e meio” ou “empresas b” por ser localizadas entre os tipos organizações do primeiro setor (governo), segundo setor (empresas com fins lucrativos) e do terceiro setor (organizações sociais). Ou seja, o empreendedorismo social não é nem uma empresa que tem somente o viés do lucro nem um ONG que só tem intuito social.

Empreender socialmente quer dizer não visar lucro?
Não! Há duas formas principais de empreender socialmente. No primeiro caso, uma empresa pode ter em seu contrato social uma cláusula que determina a destinação de parte dos lucros a alguma causa ou uma organização social. Por exemplo, os sócios embolsam 25% dos rendimentos, 25% ficam no caixa e 50% são destinados a projetos que cuidam do meio ambiente. A outra possibilidade é que você abra uma organização social que cria ações que fortaleçam assistidos ou que promova empreendimentos que gerem lucros para serem distribuídos para os assistidos.

Qual é a relevância desse tipo de empreendedorismo para um país em desenvolvimento como o Brasil?

Empreendedorismo social não é algo novo nem algo que exista há muito tempo. Uma vez que o ser humano está pensando de forma um pouco menos egoísta e mais ampla, percebendo que a sociedade é importante e deve estar envolvida no seu sucesso — já que ele não vem sozinho —, começou a criar iniciativas em que se prioriza o lado social, a sociedade. As empresas dois e meio mudarão o futuro. Elas são uma forma mais fácil e desburocratizada de fazer distribuição de renda e oportunidades, de forma que o abismo social diminua. Esse é um futuro de sustentabilidade econômica não só para o Brasil, mas também para outros países.

quinta-feira, 5 de julho de 2018

Em jantar com PMs, Arruda diz que Flávia dará continuidade a seu trabalho interrompido

O ex-governador José Roberto Arruda (PR) entrou mesmo na campanha. Nesta noite (05/07), ele participa de evento com policiais militares, ao lado da mulher, Flávia Arruda (PR), e do deputado Alberto Fraga (DEM/DF).
Arruda fez discurso apontando benefícios que teria conquistado em favor da PM, que apoiou suas campanhas no passado. Disse que Flavia será candidata a deputada federal por sua insistência e afirmou ser vítima de uma perseguição sem precedentes.
Por causa da Lei da Ficha Limpa, Arruda está impedido de disputar eleições. Ele sofreu condenação em segunda instância por improbidade administrativa na Operação Caixa de Pandora. No discurso, Arruda quase chorou, segundo relato de quem aconpanhou o evento, ao dizer que sua mulher dará continuidade ao seu trabalho político interrompido.
Fraga estava em casa entre policiais militares. Também fez um pronunciamento em que prometeu lutar pelos benefícios destinados à PM, sua base eleitoral.
O evento desta noite ocorre no restaurante Palhoça, em frente à Candangolândia, organizado pelo ex-administrador da cidade João Hermeto, que é policial militar. O evento é um jantar por adesão ao preço de R$ 35, para uma refeição com carne de sol e mandioca.
Arruda e Fraga participaram também de un almoço de campanha hoje. Mas o ex-governador não discursou.

terça-feira, 3 de julho de 2018

Morre, aos 56 anos, o jornalista André Duda, ex-secretário do GDF


O jornalista Carlos André Duda, 56 anos, morreu após sofrer um infarto no começo da tarde desta terça-feira (3/7). Ele atuou como secretário de Comunicação do Distrito Federal nos governos de Arruda e de Agnelo, foi repórter da Rede Globo e atualmente trabalhava no gabinete do deputado distrital Rodrigo Delmasso (PRB). Durante a passagem pela televisão, na década de 1990, apresentou diversos telejornais locais e nacionais.

Segundo informações do Corpo de Bombeiros, Duda chegou ao 6º Grupamento de Bombeiro Militar, no Núcleo Bandeirante, no começo da tarde, queixando-se de dores no peito. Ele estava sozinho e dirigia o próprio carro. Os militares o transportariam para o Hospital de Base, mas o jornalista teve uma parada cardiorrespiratória assim que entrou no veículo. Militares realizaram reanimação cardiorrespiratória por 50 minutos, mas Duda não respondeu aos estímulos. Nascido em Passo Fundo (RS), o jornalista era casado e deixa dois filhos. O corpo será velado na quarta-feira (4/7), às 12h, na Capela 9 do Cemitério e Crematório Jardim Metropolitano, em Valparaiso (GO). Haverá uma celebração às 13h e, em seguida, às 14h, ocorrerá a cremação.

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Duda é lembrado por amigos como uma pessoa alegre, companheira, profissional e solidária. Desde o fim de 2015, ele trabalhava no gabinete do distrital Rodrigo Delmasso (PRB). Ao Correio, o parlamentar afirmou que “perdeu um parceiro na política e amigo pessoal”. “Era um excelente profissional, um paizão. Puxava nossa orelha quando necessário, nos apoiava nos momentos de dificuldades e, acima de tudo, nunca deixou de acreditar”, disse.

O jornalista Wellington Moraes, atual coordenador de pré-campanha de Jofran Frejat (PR), era amigo pessoal de Duda há mais de 30 anos. “Ele ainda era repórter da Globo e, eu, secretário de Comunicação do Roriz, então começamos com uma relação profissional, que se tornou amizade. No segundo governo Roriz, eu o levei para ser meu secretário adjunto e, de lá para cá, sempre mantivemos uma relação próxima de amigos e companheiros de trabalho. Duda sempre foi muito leal, só tenho boas recordações”, relembrou. 

O chefe de Redação da Rede Globo, Iain Semple, lembra do jornalista como uma pessoa dinâmica, que conseguiu se reinventar o tempo todo. “Uma hora ele estava no meio do governo, depois nas mídias, estava sempre mudando. Era sempre uma surpresa saber onde ele estava. Duda gostava muito de política e sabia muito sobre isso, pois acompanhou quase todas as campanhas do DF, desde a época da primeira Câmara Legislativa”, conta. Na rotina de trabalho no Jornal Nacional, Iain descreve Duda como uma pessoa divertida. “Ele estava sempre brincando com os outros, era alguém muito alegre e bom de estar próximo”, observou.

O governador do Distrito Federal, Rodrigo Rollemberg, emitiu nota de pesar sobre a morte de Duda. “O jornalismo brasiliense perdeu, nesta terça-feira, um dos seus grandes representantes. Foi com pesar que recebi a notícia da morte do ex-secretário de Comunicação André Duda, que dedicou boa parte de sua vida profissional ao governo. À família, somo-me neste momento de dor para desejar conforto e paz.” 

Também se manifestou, em nota, sobre a morte de Duda o deputado federal Rogério Rosso (PSD/DF). “André sempre se mostrava com um sorriso no rosto, com muita disposição e competência no trabalho. Sem dúvida, perdemos um amigo e o DF um grande profissional de comunicação, apaixonado pela capital federal. Nossos profundos sentimentos a todos familiares”, relatou. 

 Ver galeria . 4 FotosAndré Violatti/Esp. CB/D.A Press
(foto: André Violatti/Esp. CB/D.A Press )