terça-feira, 22 de novembro de 2016

M P do DF:Justiça Decidirá se Afasta os Cincos Deputados Envolvidos no UTIGate

Como desfecho da primeira etapa da Operação Drácon, o Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) chegou à conclusão de que houve um esquema criminoso para aprovação de emenda parlamentar na Câmara Legislativa, comandado por quatro dos cinco integrantes da Mesa Diretora até agosto deste ano. A vice-procuradora-geral de Justiça do DF, Selma Sauerbronn, apresentou ontem, ao Tribunal de Justiça do DF, denúncia por corrupção passiva contra os cinco distritais investigados no episódio: Celina Leão (PPS), Júlio César (PRB), Raimundo Ribeiro (PPS), Bispo Renato Andrade (PR), que estavam à frente da Casa, e Cristiano Araújo (PSD), citado como intermediário da cobrança de propina. As investigações continuam. Agora, o Ministério Público apura se houve, de fato, o pagamento de dinheiro e quem participou do suborno. Empresários, servidores e outros personagens são os alvos.

Para evitar o que o Ministério Público considera uma possível blindagem contra essas novas etapas da investigação, a ação penal teve como complemento um pedido de afastamento dos parlamentares de seus respectivos mandatos, até o julgamento de todas as acusações. Se isso ocorrer, a bancada envolvida no escândalo, que ficou conhecido como UTIGate, dificilmente voltará a seus gabinetes na Câmara Legislativa nesta legislatura. A Justiça deverá decidir a medida cautelar. Mas uma decisão final deve ficar sob a responsabilidade do Conselho Especial do Tribunal de Justiça do DF.

Na denúncia, o Ministério Público aponta que os cinco deputados pediram propina ao presidente da Associação Brasiliense de Construtores (Asbraco), Luiz Assad, para aprovar emendas destinadas a reformas de escolas. Como a proposta não foi para a frente, os deputados mudaram a estratégia e passaram a exigir dinheiro de prestadoras de serviços de UTI. O deputado Cristiano Araújo é apontado como o operador dessa negociação. No telefone dele, apreendido durante a busca e apreensão nos gabinetes e residências dos investigados, promotores e policiais civis encontraram uma suposta contabilidade da propina. Os registros foram feitos no aplicativo Bloco de Notas do iPhone de Cristiano. Ao lado de valores, o deputado anotou, segundo o MP, as iniciais de colegas que seriam beneficiados com o esquema criminoso.

Pela contabilidade, de 11 de fevereiro, o rateio parcial da propina seria de pelo menos R$ 50 mil para a deputada Celina Leão (CL), R$ 50 mil para Bispo Renato (BR), R$ 50 mil para Júlio César (JC), R$ 20 mil para o então secretário-geral da Mesa Diretora da Câmara Valério Neves (V) e outros R$ 25 mil para Ricardo Cardoso dos Santos (RS), presidente do Fundo de Saúde. O saldo remanescente de R$ 80 mil seria destinado aos demais integrantes do grupo. Há ainda as iniciais SJ e FT, não identificados pelos investigadores.

Num dos registros, Cristiano também faz anotações sobre valores com respectivas destinações. Ao lado de UTI, aparece o registro de R$ 3 milhões. Ao tema publicidade, ele associa o montante de R$ 105 mil. As referências reforçam o depoimento do presidente da Asbraco. Luiz Assad disse ao Ministério Público que a negociação envolveria cerca de 10% do montante liberado pelo GDF em pagamentos de dívidas atrasadas, em decorrência da aprovação da emenda de autoria da Mesa Diretora. O montante aprovado foi de R$ 30 milhões.

Gravações


Além dos cinco distritais, o MP denunciou Valério Neves, Ricardo Cardoso dos Santos e Alexandre Braga Cerqueira, então secretário-executivo da 3ª Secretaria, ligado ao deputado Bispo Renato. O processo foi distribuído ao desembargador José Divino, relator do caso no TJDF. Para o Ministério Público, provas colhidas no curso da investigação, em depoimentos e em materiais apreendidos reforçaram as suspeitas que vieram à tona com as gravações realizadas pela deputada Liliane Roriz (PTB).

A filha do ex-governador Joaquim Roriz registrou dois diálogos com a então presidente da Câmara, Celina Leão, e uma conversa com Valério Neves. Ao contrário do que muita gente especula, Liliane não fez delação premiada, segundo os responsáveis pela Drácon. Ela é considerada, até o momento, uma importante testemunha. “Existem elementos de prova contundentes da prática dos crimes imputados aos réus, de corrupção passiva, elementos de prova que corroboram e confirmam aquelas gravações entregues pela deputada Liliane Roriz de que houve a solicitação de vantagem indevida para que houvesse a destinação de sobras orçamentárias da Câmara Legislativa”, afirmou o coordenador do Grupo de Atuação Especial contra o Crime Organizado (Gaeco), promotor Clayton Germano.

Investigação


Outros deputados também podem cair na Operação Drácon. O Ministério Público apura ainda a liberação de outras emendas aprovadas pela Câmara Legislativa, no mesmo modus operandi do esquema relacionado a empresas de UTI. São remanejamentos orçamentários aprovados para favorecer credores do Executivo em detrimento da ordem de pagamentos estabelecida por lei. O MP conseguiu a quebra dos sigilos bancário, fiscal, telemático e telefônico de diversos investigados. Esses dados ainda não foram liberados. Ao pedir o afastamento dos distritais denunciados, o MP alega que a medida preserva a “dignidade” da Câmara Legislativa.


Linha do tempo

17 de agosto 
Liliane Roriz renuncia à vice-presidência da Câmara Legislativa e entrega gravações relativas a deputados distritais ao Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT). Os grampos revelam um suposto esquema de uso de emenda parlamentar para o pagamento de dívidas do GDF com UTIs mediante cobrança de propina. O conchavo seria integrado por Celina Leão (PPS), Raimundo Ribeiro (PPS), Julio Cesar (PRB), Bispo Renato Andrade (PRB) e Cristiano Araújo (PSD).

23 de agosto 
Polícia Civil e MPDFT deflagram a operação Drácon. A ação investiga as denúncias oferecidas por Liliane Roriz (PTB). O Tribunal de Justiça do DF e dos Territórios (TJDFT) afasta da Mesa Diretora os distritais citados nos áudios da caçula de Roriz.

2 de setembro 
A Polícia Civil volta à Câmara Legislativa. Dessa vez, para apurar a possibilidade de destruição ou alteração de evidências referentes ao caso. A ação foi motivada pelas acusações de Chico Vigilante (PT). O distrital declarou que um servidor da Câmara Legislativa o informou sobre retiradas de provas do Legislativo.

17 de outubro 
O MPDFT deflagra a terceira etapa da operação da Drácon. Essa vertente investiga a destruição de provas por Sandro Vieira, ex-braço-direito de Celina Leão, e Alexandre Braga Cerqueira, ex-secretário executivo da 3ª Secretaria, cuja titularidade pertence a Bispo Renato Andrade.

18 de outubro 
O Conselho Especial do TJDFT autoriza a volta de três parlamentares à Mesa Diretora: Raimundo Ribeiro, Julio Cesar e Bispo Renato. O retorno de Celina Leão, entretanto, é vedado.

21 de novembro 
O MPDFT denuncia, por corrupção passiva, Celina Leão, Raimundo Ribeiro, Julio Cesar, Bispo Renato e Cristiano Araújo; o ex-secretário geral da Mesa Diretora Valério Campos; o ex-diretor do Fundo de Saúde do DF Ricardo Cardoso; e o ex-secretário executivo da 3ª Secretaria Alexandre Braga Cerqueira. 

A defesa dos envolvidos


Os envolvidos no caso UTIgate negam as acusações. Em nota, a presidente da Câmara Legislativa afastada por decisão judicial, Celina Leão (PPS), alegou que não se manifestaria, porque não teve acesso aos autos. O 1º Secretário da Casa, Raimundo Ribeiro (PPS), declarou que “não existe nenhum elemento, por menor que seja, que indique a sua participação em quaisquer irregularidades”. A defesa do deputado distrital Julio Cesar (PRB), 2º secretário do Legislativo local, mostrou-se impossibilitada de realizar comentários acerca da denúncia. Porém, alegou que, ao oferecer a denúncia, o MPDFT “ignorou o fato de que a investigação, cada vez mais, demonstrava a fragilidade e o absurdo das acusações feitas por Liliane Roriz (PTB)”.

A defesa de Bispo Renato Andrade (PR) também afirmou não ter acesso aos autos. Entretanto, apontou que, com a medida, o “Ministério Público do DF quer constranger o Poder Judiciário local, posto que o Tribunal de Justiça do DF permitiu a volta dos secretários da Mesa Diretora à Câmara Legislativa”. O advogado se referiu à decisão do Conselho Especial do TJDFT, que, em 18 de outubro, autorizou, por 11 votos a 10, o retorno de Raimundo Ribeiro (PPS) à 1ª secretaria. O benefício estendeu-se a Julio Cesar e Bispo Renato Andrade. Na oportunidade, o Judiciário manteve o distanciamento de Celina Leão, por 11 a 9. O deputado distrital Cristiano Araújo (PSD) alegou, em nota, que a denúncia é totalmente infundada e será contestada na Justiça. O parlamentar acrescentou que “a acusação não significa condenação e, sim, o início de um processo, que deve respeitar todas as etapas estabelecidas em lei, inclusive a de ampla defesa”.

O ex-diretor do Fundo de Saúde do DF Ricardo Cardoso dos Santos, responsável pela liberação da emenda de R$ 30 milhões aos hospitais particulares, afirmou que o advogado responsável pelo caso ainda não teve acesso aos autos. Portanto, não se manifestaria sobre a denúncia. O ex-secretário geral da Mesa Diretora Valério Campos não atendeu às ligações do Correio. A equipe de reportagem não conseguiu contanto com o ex-secretário executivo da 3ª Secretaria Alexandre Braga Cerqueira, apontado pelo MPDFT como emissário de propina.
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domingo, 6 de novembro de 2016

Corrida de Rua bem Movimentada na Cidade hoje pela Manhã

A largada da Corrida foto Nonato Borges
Aquecimento antes da Corrida foto Nonato Borges 
A Corrida de Rua Realizada hoje em Samambaia, foi um sucesso, com bastante gente participando do evento os amantes desta modalidade chegaram bem cedo mesmo com muito vento e um pouco de frio. Esta é a primeira corrida de Rua organizada pela academia START  FIT, os organizadores tiveram um pequeno atraso no inicio da largada, mais as ruas estava devidamente sinalizada pelo DETRAN e pela Policia Militar do DF. Não teve nem um acidente durante o percurso e foi bastante disputado os primeiros lugares nas distancias de 5. KM, e 10.KM. Com chegada bem ao estilo das grande corridas nacionais o percurso, foi todo na AV, sul da cidade com largada no estacionamento do Home Center Castelo Forte e chegada no mesmo local. 

segunda-feira, 31 de outubro de 2016

UBES, União Brasileira dos Estudantes Secundaristas

Fotos Nonato Borges Jornal Tribuna de Samambaia DF 
 menos 21 estados brasileiros, além do Distrito Federal, têm escolas e institutos ocupados por estudantes, segundo levantamento feito pelo G1. Eles são contrários à medida provisória que trata da reforma do ensino médio e à PEC 241, que limita os gastos na educação e outras áreas.
Um levantamento divulgado na quarta-feira (26) pela União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (Ubes) mostra que há 1.154 ocupações em escolas, institutos e universidades estaduais, federais e municipais.
O movimento que se alastrou pelo Brasil começou no dia 3 de outubro no Paraná. É lá que está concentrado o maior número de ocupações: são 850 escolas estaduais, 14 universidades e três núcleos de educação, segundo o movimento Ocupa Paraná. Onde há ocupação, as aulas estão suspensas.
Já o número divulgado pela Secretaria de Estado de Educação (Seed), na tarde de terça-feira, é diferente: 752 escolas ocupadas, ou seja, 31% do total. Segundo a Seed, 79 escolas já foram desocupadas.
Na segunda-feira (24), um adolescente de 16 anos foi encontrado morto com facadas no pescoço e no tórax na Escola Estadual Santa Felicidade, que está ocupada por estudantes.
Estudantes ocupam quase mil instituições de ensino no país
De acordo com a Secretaria de Estado de Segurança Pública e Administração Penitenciária (Sesp), ele e outro aluno da escola, de 17 anos, dividiram uma droga sintética e depois se desentenderam.
O segundo estado com mais ocupações é Minas Gerais, com mais de 50 instituições de ensino. Em Alagoas há pelo menos 16 unidades, seguida por Rio Grande do Norte, com 13, Santa Catarina, com 12, e Espírito Santo, 11, de acordo com o levantamento do G1.
Pressão do MEC
O Ministério da Educação (MEC) deu prazo até a próxima segunda-feira (31) para que as instituições sejam desocupadas, já que muitas delas servirão de locais para aplicação do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), que ocorre nos dias 5 e 6 de novembro.

O ministro Mendonça Filho disse no dia 19 de outubro que, se as escolas não forem desocupadas até 31, a prova será cancelada para os inscritos nesses locais. Na ocasião, ele citou que eram 181 pontos de aplicação do Enem ocupados onde estavam inscritos mais de 95 mil alunos. O Inep informou que atualizaria estes números nesta quarta-feira (26), tendo em vista que as ocupações cresceram em todo o país, porém, não divulgou nenhuma novidade.
Segundo Mendonça, o MEC já tomou a decisão de aplicar nova prova do Enem em data posterior para esses alunos que eventualmente sejam prejudicados por ocupações em escolas. Ele descartou a possibilidade de realocar a prova para outras escolas, por problemas de logística.

Movimento de Ocupação de Escolas no DF Começou em Samambaia e chega ao UNB

Com barracas e faixas contra PEC 241, alunos ocupam campus da UnB
Proposta limita o aumento dos gastos públicos pelos próximos 20 anos.
Grupo barrou entrada de funcionários e estudantes contrários ao movimento.
Do G1 DF



Faixa com dizeres "Fup ocupada" erguida na grade do campus de Planaltina da UnB durante protesto contra a PEC 241 (Foto: Elielton Lopes/G1)
Estudantes ocuparam na madrugada desta segunda-feira (31) o campus da Universidade de Brasília em Planaltina, a 40 quilômetros do centro da cidade, em protesto contra a Proposta de Emenda à Constituição que limita o aumento dos gastos públicos pelos próximos 20 anos, a PEC 241. Eles barraram a entrada de funcionários e de alunos contrários ao movimento e disseram que ficarão no local durante toda a semana.
saiba mais
Em nota, a direção da UnB de Planaltina disse que não tem havido restrição de acesso a estudantes, professores e técnicos a nenhum dos setores do campus, em razão da ocupação e que as pautas reivindicadas pelos estudantes não fazem referência à FUP ou à UnB. A direção do campus disse ainda que atuará no caso, orientada pelo diálogo com a comunidade acadêmica.
Os estudantes penduraram faixas nas grades da instituição e alguns cobriram os rostos com camisetas. Além disso, foram montadas barracas dentro da universidade. Os organizadores da ocupação não quiseram conversar com a imprensa. Segundo relatos, o grupo chegou ao local entre 2h e 3h.
As faixas fazem críticas à PEC, que foi aprovada em segundo turno pela Câmara dos Deputados na madrugada de quarta-feira (26). O texto seguiu para análise do Senado, onde deve ser votado em dezembro. Os manifestantes também usaram cartazes com mensagens como “não aceitamos retrocesso” e “FUP [Faculdade UnB Planaltina] ocupada”.
Parte dos alunos reclamou da situação. "As aulas foram suspensas. Quem tinha prova ou concurso de mestrado foi suspenso [liberado] também por causa da ocupação", disse o estudante Flávio Henrique.
Entrada da UnB em Planaltina fechada; estudantes controlavam acesso durante ocupação contra a PEC 241 (Foto: Elielton Lopes/G1)
Um grupo contrário ao movimento disse que via entregar um abaixo-assinado na delegacia pedindo intervenção policial. A corporação disse que ainda não foi acionada e que, em casos de conflito, o caso deve chegar por meio do Centro Integrado de Atendimento e Despacho.
Funcionários que não puderam entrar aguardaram do lado de fora a ordem para retornarem para casa. "Eles disseram que se entrarmos, não vão deixar trabalhar", disse uma das terceirizadas, que pediu para não ser identificada.
Funcinários do campus Planaltina que não puderam entrar na UnB durante protesto contra a PEC 241; grupo aguardava orientações em parada de ônibus (Foto: Elielton Lopes/G1)

As ocupações atingem ainda pelo menos seis escolas públicas (centros de ensino médio Taguatinga Norte, 111 do Recanto as Emas, Elefante Branco, 304 de Samambaia e Setor Oeste, além do Centro de Planaltina) e quatro unidades do Instituto Federal de Brasília (Estrutural, São Sebastião, Riacho Fundo e Samambaia).

segunda-feira, 24 de outubro de 2016

Delegado do 32 DP de Samambaia Discute com colega da mesma Delegacia

  Policia não pode brigar com policia, tem que ser valente é contra os bandidos que domina a cidade

Um delegado é acusado de sacar uma arma para outro delegado na manhã desta desta segunda-feira (24/10). O caso ocorreu dentro da 32ª Delegacia de Polícia (Samambaia Sul), após uma discussão durante o encaminhamento de documentos. O episódio escancara os ânimos exaltados entre os integrantes dacorporação em meio ao movimento da Polícia Civil que tem manifestação marcada para a tarde desta segunda, em frente ao Palácio  do Planalto.

O confronto aconteceu entre o novo chefe da unidade policial, Júlio César de Oliveira Silva, e o colega exonerado da função, Moisés Martins. A exoneração ocorreu na sexta-feira (21/10) em meio a tantas outras em uma tentantiva da chefia da Polícia Civil do DF retomar o controle da corporação.

Segundo o Sindicato dos Policiais Civis do DF (Sinpol-DF), um dos agentes testemunhou o confronto na manhã desta segunda e interveio para não terminar em tragédia. De acordo com o Sinpol-DF, ele teria tomado a arma de fogo do delegado-chefe após dar um golpe conhecido como chave de braço. A Corregedoria da Polícia Civil investiga o caso.


O delegado Moisés Martins atendeu a ligação da reportagem do Correio por volta das 12h55 desta segunda-feira e afirmou que estava na Corregedoria registrando a ocorrência. Pediu para dar entrevista mais tarde.

Ao Correio, o delegado Júlio César negou ter apontado uma arma para o colega, mas confirmou um bate-boca no interior da DP. "Ele me chamou para a porrada e eu vim para cima. O que aconteceu foi uma divergência de opinião. O agente, por receio, pediu a arma que estava na minha cintura como ando sempre. Até porque, em uma discussão, dois estando armados, pode dar alguma confusão. Mas é claro que eu não saquei nenhuma arma", alegou. Segundo o delegado, a confusão começou por causa de um procedimento adotado, mas não disse qual. "Deixa ele registrar a ocorrência que ele quiser (na corregedoria)", informou.

Júlio César foi candidato a deputado distritalpelo PSB (partido do governador Rodrigo Rollemberg) nas eleições de 2014. Não conseguiu se eleger, mas ganhou a função de chefe na última sexta-feira.

Na sexta-feira (21/10) uma decisão enérgica do diretor-geral da Polícia Civil, Eric Seba, revoltou delegados. O Diário Oficial do Distrito Federal a trouxe a publicação das exonerações e substituições de chefes e diretores de áreas sensíveis da instituição, como do Departamento de Polícia Circunscricional (DPC). Nesta ocasião, foi trocado o comado da 32ª DP.

A comunicação da Polícia Civil emitiu uma nota sobre o desentendimento entre os delegados, mas não esclareceu os fatos. "Foi registrada a ocorrência número 18/2016, na Corregedoria Geral de Polícia, para apurar o incidente envolvendo os delegados de Polícia Moisés Martins e Júlio César de Oliveira, ocorrido por volta das 11h de hoje, na 32a DP", afirma. "Os aspectos criminal e disciplinar serão analisados pela CGP", conclui o texto. 


domingo, 16 de outubro de 2016

Com chuvas fracas no DF o Racionamento de Aguá esta Bem próximo


A Tarifa de Contingência deve começar a compor a fatura de água do consumidor do Distrito Federal nos próximos 10 dias, prazo em que a Barragem do Descoberto deve chegar a 25% do volume útil, porcentagem prevista pelo decreto local que instituiu a taxa. Segundo cálculos da Companhia de Saneamento Ambiental do DF (Caesb), 60% dos imóveis residenciais pagarão pelo acréscimo, pois consomem mais de 10 mil litros de água por mês. Uma vez instituída, a cobrança vale até a edição de outra resolução da Agência Reguladora de Águas (Adasa) cessando a tarifa.

Dessa forma, mesmo que o reservatório suba e saia dos 25%, a taxa continua valendo até a agência julgar necessário. “O término da cobrança ainda não está totalmente definido. Não dá para estipular um percentual, porque uma chuva pode elevar o reservatório por um dia e, no seguinte, o volume continuar caindo”, explica Cássio Leandro Cossenzo, coordenador de estudos econômicos da Adasa. “Por isso, só deve acabar quando a Adasa julgar que não há escassez hídrica, a partir de novos estudos e parâmetros”, complementa.
Os 40% a mais no valor pago na conta de água valerá para todo o Distrito Federal, independentemente de a unidade ser abastecida ou não pela Barragem do Descoberto, uma vez que o sistema é interligado. Atualmente, o reservatório é responsável por quase 70% da água que chega às torneiras das residências brasilienses. Ontem, a represa estava com 28,88% do volume, o menor da história do DF, e o ritmo de queda continua de 0,4% por dia. De acordo com o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), não há previsão de chuva suficiente para encher o local até o fim de outubro. As precipitações estão previstas para novembro.

Atualmente, o DF consome 16 bilhões de litros mensais de água. A previsão da Adasa é de que a Tarifa de Contingência gere uma economia de 15% por mês, ou seja, 2,4 bilhões de litros. Porcentagem de economia que não foi atingida pela população do DF desde o início da crise hídrica de 2016. “A gente espera que as pessoas economizem água, que os condomínios suspendam a lavagem de calçadas e outros desperdícios”, analisa Maurício Luduvice, presidente da Caesb.

Segundo ele, o esforço deve se concentrar para evitar o racionamento, que será instituído quando o reservatório registrar 20% de volume. “Estamos trabalhando com a hipótese de o Descoberto chegar a 20%, e o nosso plano está em fase final”, adianta. Entretanto, Ludovice vê a possibilidade como um grande problema. “O racionamento é complexo e não é barato. Vamos ter de fechar redes para abastecer uma região um dia e, no outro, não. O sistema não foi projetado para isso. Fora que temos de manter água para espaços públicos, como delegacias e escolas, ou seja, todo um aparato de caminhões-pipa”, detalha.

Apesar dos índices registrados, o governo se mantém otimista. Segundo o secretário de Meio Ambiente, André Lima, o volume dos reservatórios têm baixado, mas a uma velocidade constante. “Percebemos uma curva menor. Se a chuva em alguns pontos se mantiver e começar a chover, realmente, pode ser que nem chegue nos 25%”, explica.

A aposentada Silvia Mourão, 66 anos, é a favor do aumento. Ela mora no Cruzeiro com o marido e pagou apenas R$ 68 na última conta. “Eu poupo muito, até os jardins da minha casa recebem água reaproveitada. O aumento por gasto é justo. Tem gente na minha rua que passa horas com a mangueira ligada para regar o jardim ou lavar o carro. Agora, pesando no bolso, quem sabe a população se conscientiza?”, questiona. O acréscimo de valor na conta de água devido à escassez é previsto na lei federal do saneamento básico.


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segunda-feira, 10 de outubro de 2016

O Presidente Michel Temer da Jantar a mais de 220 Deputados com as Esposas no Alvorada

Boa parte dos 220 deputados dos 300 esperados em jantar oferecido pelo presidente Michel Temer neste domingo (9) saiu muito animada. Governistas esperam "de 355 a 365" dos votos da base aliada de 414 Deputados
Muitos levaram as esposas e protagonizaram longa sessão de selfies com o presidente e sua esposa, Marcela, à porta do Palácio do Alvorada. Dois economistas de fora do governo, como José Márcio Camargo (PUC-Rio) foram levados para explicar a necessidade da aprovação da PEC dos Gastos, que deve ser votada nesta segunda-feira, por meio de apresentações Power-Point em telões espalhados pelo Alvorada.
Os parlamentares classificaram como muito convincentes e objetivas as explanações. Foi dito que nem um superaumento de carga vai resolver o problema das despesas se não houver a aprovação da PEC, que limita os gastos do governo à inflação do ano anterior. Também alarmou-se que sem a PEC o risco é de hiperinflação e insolvência no curto prazo.
Deputados saíram convencidos, dispostos a votar com o governo. Todos destacaram o ineditismo da ação de Temer. Geralmente são só os líderes que vão ao Planalto. Desta vez foi chamado também o "baixo clero", criando nestes uma sensação de importância.
Foi servida uma carne com risoto de funghi, considerada boa, além de salmão, salada e massa.
Intervalo
Para votar a PEC do teto dos gastos nesta segunda, os deputados terão de quebrar à tarde o interstício, intervalo regulamentar, para poder votar a PEC à noite.
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segunda-feira, 19 de setembro de 2016

Adasa e Caesb Fazem Alerta a População só tem Aguá para 73 dias no DF



A Agência Reguladora de Águas, Energia e Saneamento (Adasa) estuda cobrar uma tarifa adicional nas contas de água devido à redução do nível dos dois reservatórios responsáveis por abastecer 85% da população do Distrito Federal. Portaria da Adasa em vigor permite que, neste estágio, o governo crie uma "tarifa de contingência" para forçar a redução do consumo.
Segundo a agência, o DF entrou em "situação crítica" nesta sexta-feira (16) depois de atingir o pior nível dos últimos 30 anos nos reservatórios do Descoberto e de Santa Maria, que estão com o volume abaixo de 40% da capacidade.
O nível de 40% significa que, se não chover, o DF tem água potável suficiente apenas para os próximos 73 dias. A tarifa de contingência não está prevista na resolução publicada nesta sexta, mas está em estudo pelos técnicos da Adasa. O diretor-presidente da agência, Paulo Salles, afirmou que ainda não há um prazo para que essa decisão seja tomada.
"A partir de agora, podemos adotar [a tarifa], mas não há definição ainda. Depende da chuva, do comportamento da população. Quanto mais economizar, mais distante fica essa tarifa. Nós e a Caesb [companhia de abastecimento] estamos em estudos, para que seja um mecanismo justo e efetivo para contribuir para a redução", declarou.


quinta-feira, 8 de setembro de 2016

20 Anos de Corrupção afirma Luiz Estevão


As conversas entre Luiz Estevão e a deputada distrital Liliane Roriz (PTB) revelam segredos de mais de duas décadas de atuação do senador cassado no submundo da política de Brasília. No áudio, entregue ao Ministério Público Federal, há menções à captação de recursos com empresários envolvidos em CPI, dinheiro transportado em malas, e remessas ilegais para contas no exterior. Sem saber que estava sendo gravado, o empresário, atualmente preso na Papuda, faz revelações sobre negociatas com o ex-governador Joaquim Roriz e licitações fraudadas a fim de beneficiar empresas de seu grupo.

Além de confessar que tinha conhecimento da origem ilícita dos recursos captados por Gim Argello com empreiteiras investigadas pela Comissão Parlamentar de Inquérito da Petrobras, Luiz Estevão abre o jogo sobre outros esquemas. O empresário dá a entender à distrital Liliane Roriz que ajudou o pai da parlamentar a receber e distribuir recursos ilegais. Estevão conta bastidores da CPI do Orçamento, em 1993.

Descrição: Luiz Cruvinel/Divulgação

Descrição: Luis Tajes/CB/D.A Press - 17/12/91Na década de 1990, a relação de Luiz Estevão com Roriz e a política no Distrito Federal era estreita: participação no orçamento e no metrô



“O cara que pagava as coisas, era um cara da Camargo Corrêa chamado Galo. O Galo que levava a mala de dinheiro para o seu pai. Aí, seu pai me chama e diz: ‘O Galo não vai mais poder trazer o dinheiro porque está com medo da Polícia Federal fazer uma batida. Eu precisava que você começasse a receber esse dinheiro e distribuísse esse dinheiro pra mim’. Eu falei ‘tá bom’. Aí, resolvemos problema de conta fora do Brasil”, revelou Luiz Estevão.

O senador cassado também conta para Liliane uma coincidência que o ligou novamente ao escândalo do orçamento. Pouco antes de conquistar o direito de cumprir pena no regime aberto, Estevão passou uma temporada na Papuda. Ficou na mesma cela de José Carlos Alves dos Santos, delator do esquema da década de 1990, também condenado pela morte da mulher, Ana Elizabeth Lofrano. “Sabe aquele cara que matou a mulher e enterrou? Nos últimos 15 dias, eu fiquei preso junto com ele, e ele ficou lembrando das histórias da CPI do Orçamento”, explicou o ex-senador. “Ele era um dos caras implicados na CPI. Se apaixonou por outra, a mulher descobriu e ameaçou contar tudo. Ele levou para um restaurante, mandou abrir uma garrafa de champanhe, para os garçons verem o tanto que ele era carinhoso, saiu de lá, simulou um sequestro, e ajudou os caras a matarem”, relembrou Luiz Estevão.

Conchavo
A CPI investigou, entre 1993 e 1994, o esquema conhecido como Anões do Orçamento. No arranjo, políticos criavam emendas e destinavam parte dos valores a contas bancárias de empresas e entidades sociais fantasmas. O conchavo contemplava ainda acertos com empreiteiras, que pagavam propina para participar da execução de grandes obras públicas. O escândalo surgiu após a delação de José Carlos Alves dos Santos. Entre as autoridades citadas, estava Joaquim Roriz, cujo nome apareceu em um emaranhado de denúncias envolvendo contas fantasmas, testas de ferro, laranjas, obras superfaturadas, verbas suspeitas, acertos com construtoras e compra de apoio do Legislativo local.