segunda-feira, 29 de janeiro de 2018

Catadores entram em confronto com a polícia no Lixão da Estrutural

Cerca de 20 catadores foram retirados das imediações do Lixão da Estrutural, na manhã desta segunda-feira (29), após interditarem a pista de acesso ao local. Eles protestavam contra a proibição de entrar no local. 
 
 
De acordo com o Serviço de Limpeza Urbana do Distrito Federal (SLU), após o fechamento do lixão, no último dia 20, o local ficou restrito para o descarte de resíduos da construção civil. Dessa forma, nenhum catador pode entrar no aterro para coletar os entulhos. A partir de agora, eles poderão trabalhar somente em galpões de triagem. Para isso, os catadores precisam estar filiados a cooperativas que prestam serviços de coleta.
 
 
O major da Secretaria de Estado de Ordem Pública e Social (SEOPS), Alexandre de Souza, disse que os catadores em questão não estavam vinculados a associações de coleta de lixo. "Eles não podem trabalhar de forma autônoma nesse lixão. Essa atividade não é amparada pelo governo. Eles precisam estar associados a alguma cooperativa", ressaltou. 
 
Depois de serem retirados, os catadores tentaram bloquear a entrada de caminhões que carregam os entulhos. O grupo ateou fogo em um sofá, usou pedaços de concreto e um tronco de árvore, além de impedir que as cancelas de uma das entradas fossem liberadas. 
 
Marcelo Ferreira/CB/D.A Press
 
 
Sem poderem trabalhar, os catadores cobraram explicações. "O projeto para o fechamento do lixão foi apenas para o lixo molhado. Nos garantiram que quem trabalhava com lixo seco iria continuar normalmente. Mas a realidade é diferente. O material seco continua sendo colocado no lixão, e queremos saber porque não podemos trabalhar", contestou Sandra Pereira, 32 anos. 
 
Ainda segundo a catadora, as associações que coletam lixo não têm mais condições de agregar catadores, em especial aqueles que trabalham com o lixo seco. Sem saída, Sandra fica preocupada. "Se montaram um projeto para o lixo molhado, por que não fizeram para o lixo seco também? Gostaria que fossem honestos com a gente desde o início. Mas eu vou até o fim, porque a única coisa que eu quero é trabalhar", desabafou.

sábado, 20 de janeiro de 2018

Atividades no Lixão da Estrutural foram encerradas neste sábado

O Lixão da Estrutural, o maior da América Latina, encerrou as atividades após oito anos da lei federal que proibiu os depósitos de lixo a céu aberto. Em cerimônia no local, o governador Rodrigo Rollemberg trancou com cadeado, simbolicamente, a entrada onde passavam caminhões de lixo. O evento, com cerca de 300 pessoas, ocorreu na manhã deste sábado (20/1) e teve a presença de secretários e de de aliados políticos do chefe do Executivo, como a ex-governadora Maria de Lourdes Abadia (PSDB)


Em meio a cães de rua, moscas e do cheiro forte que perdurava no local, Rollemberg disse que o fechamento do lixão representava um "salto civilizatório para Brasilia". "Fechamos uma página vergonhosa na história da cidade", afirmou.

O governador prometeu, ainda, remunerar os catadores que vão atuar nas novas unidades de reciclagem. O governo pretende pagar R$ 300 por tonelada reciclada. Além disso, eles vão receber o valor equivalente à venda do material para a iniciativa privada e mais R$ 360 mensais, pagos durante seis meses.

Rollemberg também prometeu intensificar a fiscalização. "Caminhões flagrados jogando lixo em área pública vão ser apreendidos", alertou.

No momento em que o lixão foi fechado, um caminhão de lixo soltou balões verde, branco e laranja, cores do Serviço de Limpeza Urbana (SLU). 

60 anos de vergonha


O fechamento do Lixão da Estrutural encerra uma história de 60 anos de lixo jogado a céu aberto. Uma cidade, inclusive, se formou ao redor do entulho. O local vai continuar recebendo resíduos da construção civil por tempo indeterminado.

Desde 2010, quando foi aprovada a Política Nacional de Recursos Sólidos, começou-se o movimento para o fechamento de lixões em todos o país. Assim, o Lixão da Estrutural passou a ser ilegal e o DF precisaria se adequar às novas exigências de descarte do lixo.

Diante das dificuldades de aplicação da lei, o governo federal estendeu os prazos para os municípios, DF e estados se adequearem em todo o Brasil. No caso do Lixão da Estrutural, diversas datas foram marcadas pelo governo local para o encerramento das atividades. A última foi em em 31 de outubro de 2017, porém, o GDF admitiu que não conseguiria cumprir o cronograma e prorrogou para 20 de janeiro de 2018. 

terça-feira, 16 de janeiro de 2018

Racionamento de água no Distrito Federal completa um ano


Há um ano, os moradores do Distrito Federal convivem com o racionamento de água uma vez por semana. Em 16 de janeiro de 2017, moradores de Ceilândia, do Riacho Fundo 2 e do Recanto das Emas inauguraram o cotidiano de cortes. Desde então, já foram economizados 12% no volume de água consumido anualmente no DF, segundo dados da Companhia de Saneamento Ambiental (Caesb). 

 
O governo não tem prazo para acabar com o racionamento, incorporado à rotina dos moradores. A Caesb fala em reavaliar o rodízio após o término do período chuvoso. O motivo é manter o volume dos reservatórios em níveis aceitáveis. Desde o início da crise hídrica, a Caesb gastou R$ 133,6 milhões melhorando o sistema de abastecimento do DF.  Correio publicou uma série de reportagens mostrando como o brasiliense se adaptou a viver um dia sem água e dois com serviço instável

Os primeiros atingidos pelo corte no abastecimento foram os habitantes das cidades abastecidas pelo Rio Descoberto - cerca de 1,8 milhão de habitantes. Sem experiência com a ausência de abastecimento, muita gente usou o que tinha em casa para armazenar água. Quem podia recorreu ao supermercado e comprou água mineral. O receio de ficar sem fazer atividades básicas de casa, como lavar louça ou tomar banho, espalhou a insegurança.

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A opção de limitar o racionamento a quem mora nas regiões atendidas pelo Descoberto causou revolta. Alguns reclamaram que o rodízio atingia apenas a parcela mais pobre da população. Locais onde o consumo era mais alto, como Plano Piloto, Lago Sul e Lago Norte, ficaram de fora por serem abastecidos pelo Sistema o Santa Maria/Torto. A Companhia de Saneamento Ambiental do Distrito Federal (Caesb) justificou a escolha como técnica, e não social. Usou como exemplo o fato de cidades como o Varjão e o Itapoã estarem de fora da lista.
Diante da polêmica, o Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) sugeriu a inclusão de todo o DF no plano de racionamento. Quarenta dias depois, a Caesb anunciou o rodízio nas cidades abastecidas pelo Santa Maria/Torto e quase 3 milhões de pessoas incorporaram a rotina de cortes. Desta vez, a Esplanada dos Ministérios ficou de fora. O motivo: não parar a máquina pública. Hospitais, delegacias e escolas também foram poupados. Para esses, a Caesb forneceria caminhões-pipa.
Desde então, a população passou a acompanhar diariamente o nível dos principais reservatórios. O Descoberto chegou a ficar com apenas 5% de volume - mesmo com as chuvas, o índice ainda está a menos de 40%. O resultado foi uma corrida por outras fontes de abastecimento - como Lago Paranoá, Bananal e o sistema Corumbá IV.  Em um ano, o governo investiu em um ano sete vezes mais do que havia investido em 15 anos em relação ao abastecimento e tratamento de água do DF. 

segunda-feira, 8 de janeiro de 2018

Assaltantes rendem passageiros e fazem limpa em ônibus em Samambaia

Dois homens armados renderam passageiros e assaltaram um ônibus em Samambaia Sul, na altura da QR 121, no início da noite desta segunda-feira (8/1). Segundo testemunhas, os suspeitos teriam entrado no coletivo, pago a passagem e esperado aproximadamente 15 minutos para anunciar o assalto. 
 
Um dos passageiros, que não quis se identificar, relatou ao Correio que o ônibus estava cheio no momento da ação. "Os dois estavam armados. Enquanto um mais velhos roubava os pertences dos passageiros, o outro, que parecia ser menor, pegava o dinheiro do caixa. Eles roubaram praticamente tudo de muita gente, fizeram a limpa". Ele teve a carteira roubada, mas conseguiu esconder o celular. "Quando eles entraram, eu já desconfiei. Ficavam olhando e analisando. Aí eu percebi quando um falou para o outro do assalto e escondi meu celular debaixo do meu pé", contou. 

Algumas pessoas conseguiram sair antes do assalto e descreveram os suspeitos para policiais militares que faziam o patrulhamento na área. A equipe conseguiu deter um dos homens que, segundo informações da PMDF, estava correndo com uma arma carregada. Após percorrer o caminho que o suspeito havia feito, os militares conseguiram achar uma mochila preta com vários pertences e dinheiro. 

O motorista e passageiros reconheceram o detido como autor do assalto. O suspeito, de 27 anos, foi encaminhado para a 26ª DP (Samambaia Norte). O outro envolvido conseguiu fugir e até o momento desta publicação não foi encontrado pela polícia.