A indefinição relativa às alianças de presidenciáveis como Ciro Gomes (PDT) e Geraldo Alckmin (PSDB), a lacuna deixada pelo ministro aposentado do Supremo Tribunal Federal (STF) Joaquim Barbosa (PSB) e a insistência do PT na candidatura do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva vão além da corrida para o Palácio do Planalto. No Distrito Federal, os pré-candidatos ao Palácio do Buriti aguardam a decisão do cenário geral para amadurecer coligações com a certeza de que serão avalizadas pelas Executivas nacionais.
Por causa das seguidas derrotas de Lula na Justiça, o PT-DF está no limbo. Sem o ex-presidente nos comícios da capital, caciques da sigla temem o baixo apoio do eleitorado. Preferem, então, apostar as fichas em candidaturas menos arriscadas, como para deputado federal e distrital. Por ora, apenas o bancário aposentado Afonso Magalhães se colocou à disposição para concorrer ao GDF. Em busca de um nome de maior expressão, lideranças assinaram um documento, no qual pedem que a deputada federal Erika Kokay entre no páreo, pois outros nomes “não empolgaram a militância”.
Base ou oposição
Uma das pré-candidaturas que dependem do fechamento de alianças nacionais para decolar é a do presidente da Câmara Legislativa, Joe Valle (PDT), ao Senado. O partido dele está entre dois caminhos. Na via de sua preferência, integraria a frente de centro-direita encabeçada por Jofran Frejat (PR), desde que tivesse a garantia de um palanque eleitoral ao presidenciável Ciro Gomes (PDT). Isso será possível se o PR liberar os diretórios estaduais para apoiar os candidatos mais convenientes em cada região ou se o partido consolidar o apoio nacional a Ciro. Nacionalmente, porém, a preferência do PDT é por uma aliança de centro-esquerda, com partidos como o PSB — no DF, o governador Rodrigo Rollemberg tentará a reeleição. Nesse caso, um representante pedetista teria lugar na chapa do chefe do Buriti.
Jofran Frejat pretende encontrar o presidente nacional do PR, Valdemar Costa Neto, para checar qual será a postura da sigla no país, uma vez que não detém candidato próprio ao Planalto. “Em outras ocasiões, ficamos livres para apoiar as candidaturas convenientes”, relembrou Frejat.
Além do PDT, Rollemberg considera alianças com PSDB e Rede. No caso da aliança com tucanos, o governador pensa que denominadores comuns, como os estados do Espírito Santo e São Paulo, onde as relações são amistosas, podem aproximar as siglas. Com a Rede, a relação é antiga. Em 2014, o PSB deu espaço para Marina Silva concorrer à Presidência da República. A aliança garantiria o pré-candidato ao Senado Chico Leite em sua chapa.
Briga de egos
O grupo liderado por Rogério Rosso (PSD) e Cristovam Buarque (PPS), integrado ainda pelos pré-candidatos ao Buriti Alírio Neto (PTB) e Izalci Lucas (PSDB), está alinhado às negociações nacionais. Na corrida presidencial, as siglas apoiam a candidatura de Geraldo Alckmin. Cristovam, por exemplo, vai elaborar o plano de governo para a educação do presidenciável. A consolidação regional, contudo, esbarra em briga de egos. No desfecho mais recente, Cristovam propôs a fusão de seu grupo ao de Frejat, em busca da unidade da oposição. O movimento desagradou Alírio. O ex-distrital garantiu que, caso a possibilidade seja concretizada, buscará novas composições ou até uma chapa puro-sangue do PTB.
Antes disso, o petebista e Izalci estavam longe do consenso sobre a cabeça de chapa. Nenhum deles pretende abrir mão da disputa, porque aparecem tecnicamente empatados em pesquisa encomendada pelo grupo. Quando observados outros critérios, o cenário permanece incerto: o tucano proporciona mais tempo de tevê ao grupo durante a propaganda eleitoral gratuita e Alírio conta com a estrutura da legenda, além do apoio explícito da nacional à candidatura.
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