O ex-ministro
Geddel Vieira Lima, preso pela Polícia Federal na noite de segunda-feira, 3 de
julho, será transferido ainda hoje, 4 de julho, da sede da PF em Brasília para
a Papuda, onde está detido seu algoz, o doleiro Lúcio Funaro. Ele acusou o
político de o estar monitorando para se certificar de que não denunciaria o
presidente Michel Temer em uma eventual delação premiada.
Ainda não se sabe se Geddel e Funaro ficarão presos na mesma cela. A
tendência é de que os dois fiquem na mesma ala, na qual também se encontram o
ex-senador Luiz Estevão e o ex-diretor do Banco do Brasil Henrique Pizzolato. A
transferência de Geddel para a Papuda deve ocorrer até o fim do dia.
No pedido de prisão encaminhado à Justiça, o Ministério Público alegou
que Geddel era uma ameaça à ordem pública e à ordem econômica, além de estar
cometendo crimes em série. Ele é acusado de obstrução à Justiça. O político
baiano foi detido preventivamente, ou seja, não há prazo para ser libertado,
dentro da Operação Cui Bono, que foca irregularidades na Caixa Econômica
Federal. Geddel foi vice-presidente do banco durante o governo de Dilma
Rousseff.
Geddel, segundo as acusações, vinha atuando ativamente para evitar que o
ex-deputado Eduardo Cunha e Lúcio Funaro fechassem delação premiada. Em
depoimento à Justiça, o doleiro citou mensagens e ligações do ex-ministro para
a sua esposa. Funaro entregou imagens da tela do celular para comprová-las.
Com o codinome “carainho”, Geddel sondava a mulher de Funaro sobre a
disposição dele em fechar acordo com o Ministério Público Federal. Essa
sondagem seria feita a pedido de Temer, que viu seu governo ruir depois que se
tornaram públicas, em 17 de maio, as delações dos irmãos Joesley e Wesley
Batista, do grupo JBS.
Funaro tem fortes ligações com Joesley. Os dois se aproximaram de
Eduardo Cunha e de Geddel para, de forma ilícita, conseguir empréstimos da
Caixa e tirar recursos do fundo de investimentos do Fundo de Garantia do Tempo
de Serviço (FI-FGTS).
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